segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Grrrr

    Dessa vez foi bem mais tranquilo e solto, o banho realmente a fez bem.
    Ela ajustou o rádio em uma estação qualquer... derrepente aquela mulher séria, compenetrada, professora de direito estava ali, cantando um funk qualquer e se espremendo no banco do motorista para tentar dançar. Imaginei ela em um baile funk com aquelas outras mulheres também de micro-shortinho, blusinhas apertadas e todas rebolando até o chão chão chão... 
Achei graça e continuei admirando sua desenvoltura. Acho que isso é uma das coisas que eu mais gosto nas mulheres, elas são soltas, se estão com vontade de cantar, berrar no meio da rua ou dançar no supermercado, elas vão lá e fazem, já os homens não, geralmente eles são mais travados, ficam com vergonha do que vão pensar, e os que são soltos demais quase sempre são gays, e esses definitivamente não me atraem.
    O funk foi substituido por um locutor que não se cansava de fazer piadinhas internas e propagandas. Ela conectou o ipod...
    -Uau, há séculos não escutava unwritten da Natasha Bedingfield, adoro essa música...
    -Eu também. Tem tanta musica nesse ipod que acabo esquecendo algumas. AMO essa musica, a letra é perfeita, adoro essa parte 
"Feel the rain on your skin
No one else can feel it for you
Only you can let it in
No one else, no one else"
linda. Você não gosta de funk né? Tava com vergonha de dançar que nem uma louca e você aí olhando e rindo de mim. Eu não faço isso sempre OK?
    -Eu achei que você tava ótima. É que eu não sei dançar. Funk e sertanejo, tá aí duas coisas que eu definitivamente não sei fazer, então prefiro só admirar...
    -Ah é facinho, um dia eu te ensino tá?!
    -Ok mais oh, já vou deixar avisado ANTES de você se arrepender depois, eu sou MUITO ruim, ênfase no ruim.
    -Eu sou uma boa professora não sou? 
    -Hum, deixa eu ver...-ela achou graça e disfarçou, fez uma carinha de brava, um biquinho e me deu um soco no braço - Aíííí...
    -Que foi? Foi muito forte? machucou? - De cabeça baixa pude ver uma pontinha de preocupação surgindo. Outra coisa que acho um charme nas mulheres é que, quando elas te batem, (se elas não forem muito fortes e não estiverem com muita raiva é claro), quase nunca realmente dói, mais você pode facilmente fingir que doeu horrores, fazer um drama, deixá-las quase preocupadas e pedir um beijo para sarar. Como não tinha muitas certezas sobre ela cancelei a última parte do beijinho...
    -uhum, olha tá verde, roxo, vai virar um hematoma daqueles que demoram semanas pra sair.
    -O que dó, desculpa neném, quer um beijinho pra sarar? Pronto tá melhor? - Sério? nem precisei implorar pelo beijo? Foi assim, você vira e beija meu braço e pronto? Ah porque você não me deu um soco na boca? Que droga heim....
    -Tá bem melhor, tirando esse negócio de neném, credo até me lembra quando minha mãe me chamava assim...
    -Sério? A minha também, acho que é coisa de mãe...
    -Deve ser...
    Derrepente meu estômago resolveu entrar na conversa e se manifestou, MUITO alto é claro.
    -Eh, acho que você tá com fome...-engraçadinha
    Grrrrr....
    -Há, acho que você também...
    -Ok, que taaal, subway?
    -Perfeito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário